Em homenagem dia do Poeta, institucionalizado para lembrar o aniversário de nascimento de Drummond, ouça uma edição especial do Livro Aberto, podcast que produzo para o
portal Net Educação. No player abaixo, você vai ouvir o "Sentimento do Mundo" de Drummond, embalado pela trilha de Reynaldo Bessa.
O período de formação escolar do mineiro de Itabira foi marcado pela expulsão do Colégio Anchieta, em 1919, em função de um incidente com o professor de Português. O próprio autor declarava que essa saída repentina teve “influência enorme no desenvolvimento dos estudos e de toda a vida” dele. Dizia: “Perdi a Fé. Perdi tempo. E sobretudo perdi a confiança na justiça dos que me julgavam." Dois anos depois, já em Belo Horizonte, tem os primeiros trabalhos publicados no Diário de Minas.
Em 1923, matricula-se na Escola de Odontologia e Farmácia. No entanto, após se formar, o profissional fica “apenas na moldura/ do quadro de formatura." É quando começa a transposição do homem para o poeta de corpo e alma.Em 1925, casa-se com Dolores Dutra de Morais, com quem passa toda a vida. No mesmo ano, na companhia de Martins de Almeida, Emílio Moura e Gregoriano Canedo, funda a publicação modernista A Revista. Ainda em 25, conclui o curso de Farmácia e é escolhido como orador da turma.
Sem interesse pela profissão para a qual havia se dedicado nos estudos, leciona geografia e português no Ginásio Sul-Americano de Itabira. Mas logo retorna a Belo Horizonte como redator e assume o posto de redator-chefe no Diário de Minas.Em 1928, publica na Revista de Antropofagia, de São Paulo, o poema "No meio do caminho", que provoca furor no meio literário.
No mesmo ano, nasce a filha Maria Julieta. Ainda por essa época, torna-se auxiliar da Revista do Ensino, da Secretaria de Educação. Deixa o Diário de Minas e passa a redator do jornal Minas Gerais, veículo oficial do estado.
O primeiro livro, Alguma poesia, é lançado em 1930.
Quatro anos depois, publica Brejo das Almas. Muda-se para o Rio de Janeiro, onde assume cargo no gabinete de Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde.
Em 1940, faz uma tiragem de 150 exemplares da publicação Sentimento do Mundo. Distribui o novo livro entre amigos e escritores.
A atividade literária extrapola as publicações. Mantém na revista Euclides, a seção Conversa de Livraria e colabora no suplemento literário de A Manhã.
Em 42, a Editora José Olympio é a primeira a custear a publicação de livros de Drummond. É o ano em que é lançado o livro Poesias.
Em 45, são publicados A rosa do povo e O gerente. Conciliando as atividades de funcionário público com a de jornalista, colabora no suplemento literário do Correio da Manhã e na Folha Carioca.
Os anos 50 foram marcados pela publicação de obras importantes, como Claro enigma, Viola de bolso, “Fazendeiro do ar & Poesia até agora” e Fala, amendoeira. Em 1962 aposenta-se do funcionalismo público. Em seguida, recebe os prêmios da União Brasileira de Escritores e do Pen Club do Brasil por Lição de Coisas.
Deixa o Correio da Manhã, em 1969, e passa a colaborar no Jornal do Brasil. É quando se torna referência no jornalismo brasileiro.
Um novo impulso à obra de Drummond vem em 1984, quando assina contrato com a Editora Record, após quatro décadas de José Olympio. Inaugura esta nova fase com Boca de luar e Corpo. Após 64 anos dedicados ao jornalismo, encerra carreira de cronista regular.
Em 1987, é homenageado, pela Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo campeão daquele ano, O Reino das Palavras.
No dia 5 de agosto daquele ano, morre a filha Maria Julieta, vítima de câncer. Menos de duas semanas depois, em 17 de agosto de 1987, Carlos Drummond de Andrade falece, deixando
cinco obras inéditas.
Em 1995, foi lançada a home page Carlos Drummond de Andrade - Alguma poesia. Este projeto de reedição faz parte do início das comemorações do centenário de nascimento do poeta, que se dá em 2002.
2011 é marcado por um bem articulado relançamento da obra do poeta. O projeto nasce com a mudança da Editora Record, que se dedicou aos títulos de Drummond durante três décadas, para a Cia. das Letras. A primeira iniciativa é a criação do Dia D. o D de Drummond passa a marcar 31 de outubro, data de nascimento do autor, como dia do poeta.