quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Folha: Silvio Santos pode perder o seu "lá, lá, lá, lá..."

Archimedes Messina (à esquerda) e Luiz Henrique Romagnoli, clicados por mim,
 na entrega do 10º Prêmio de Criatividade em Rádio
O texto, a seguir, foi reproduzido do site Folha.com:

30/11/2011 - 07h47

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DE SÃO PAULO


Quase dez anos após vencer Silvio Santos na Justiça, o compositor de uma das músicas mais famosas da TV levará uma bolada em dinheiro do dono do SBT e, de quebra, o jingle que marcou a trajetória do apresentador.

Trata-se do famoso "Lá, lá, lá, lá... Agora é hora / De Alegria / Vamos sorrir e cantar / Do mundo não se leva nada / Vamos sorrir e cantar. Lá, lá, lá, lá... Silvio Santos vem aí...", que virou briga judicial envolvendo o compositor Archimedes Messina e o SBT.

Messina, que diz ser o criador do jingle de Silvio Santos, venceu em 2001 o processo que movia contra o SBT por danos morais e materiais pelo uso da música sem pagamento por mais de 40 anos.

A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta quarta-feira (30). A íntegra da coluna está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

Depois de muitos recursos e apelações, o processo foi encerrado. Não cabe mais recurso por parte do SBT. Messina venceu a ação em que pede uma indenização de cerca de R$ 5 milhões à emissora, e o pagamento de cessão de direitos da música.

"Nos próximos dias, assim que sair a publicação da decisão da Justiça, o SBT terá de parar de executar a música ou comprar os direitos dela", diz a advogada de Messina, Eliane Jundi.

O compositor, hoje com 80 anos, não sabe ainda se vai pedir a revisão do valor estipulado para a indenização.
Procurado, o SBT não se manifestou sobre o assunto.

Em sintonia com Archimedes Messina:
Na entrega do 10º Prêmio GPR de Criatividade em Rádio, em abril de 2009, Messina foi o mestre de cerimônias. A equipe do blog Peças Raras conversou com ele, que ressaltou como se deu a criação do famoso "lá, lá, lá, lá..." e também de outros jingles históricos, como os da Varig e do Café Seleto. Ouça no player abaixo, divirta-se e emocione-se.






terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nos tempos da Difusora, com Darcio Arruda

Nos anos 70, em São Paulo, Darcio Arruda e Antonio Celso comandavam a juventude nas rádios Difusora e Excelsior, respectivamente.

Recebi do nosso colaborador e amigo Edu Malavéia (autor do livro Plenimúsica, memórias de um ouvinte de rádio malcomportado) o link do YouTube de um momento memorável. Trata-se do programa que Darcio Arruda comanda atualmente na TV +, do ABC paulista. No programa Show +, ele fez essa homenagem aos tempos da Difusora e, para isso, contou com as presenças no estúdio de Carlinhos da Oxydance, Tony Louvato (Difusora), Sebastião Ferreira ( Difusora, Antena 1, Joven Pan e Alpha FM) e Sérgio Boca.

Acompanhe abaixo, em duas partes, essa edição especialíssima de um momento glorioso do rádio:






quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma imagem vale mais

Há algum tempo, em função do início da produção do quadro Interferência para o "Você é Curioso?", da Rádio Bandeirantes, em uma de minhas pesquisas, encontrei essa imagem:


Atribuída ao acervo da Folha, trata-se de um dos lances mais incríveis do rádio esportivo no Brasil e no mundo. Era a final da Copa de 62. A "mais popular emissora paulista" monta um painel com várias bolinhas (observe no canto superior direito). A multidão ouvia a narração lance a lance de Pedro Luiz e de Edson Leite, enquanto acompanhava o movimento das luzes reproduzindo o que estava sendo irradiado.

A televisão já existia, mas não transmitia os jogos ao vivo.

Ouça, no player abaixo, depoimentos de ouvintes como Sidney Corrêa e do veterano José Paulo de Andrade, colhidos na festa de 74 anos da Rádio Bandeirantes, na Pinacoteca, em que os ouvintes relembram esse momento incrível do rádio.




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Fé na Ciência do Padre Landell de Moura


No último dia 05 de novembro, comemorou-se mais um Dia do Radioamador. Para marcar a data, a TV Senado produziu o documentário “Padre Landell – Fé na Ciência”. O documentário faz parte das comemorações de 150 anos de nascimento do inventor gaúcho Roberto Landell de Moura (na foto, extraída da Wikipédia). Entre as importantes descobertas do padre cientista está justamente o rádio, da qual teve primazia, como você pode acompanhar nas duas partes do documentário, disponíveis abaixo:

Fé na Ciência - Parte 1

Fé na Ciência - Parte II

Fé na Ciência tem direção de Deraldo Goulart e produção de Lorena Maria. O documentário tem a participação dos jornalistas Ethevaldo Siqueira e Heródoto Barbeiro, da jornalista e senadora Ana Amélia Lemos, do biógrafo Hamilton Almeida, do presidente do Memorial Landell de Moura, Ivan Dornelles, do radialista e ex-senador Sérgio Zambiasi e de dois grandes nomes da Comunicação no Brasil – Reynaldo Tavares e José Marques de Melo. A produção é uma parceria entre TV e Rádio Senado.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Silvério, Wanderley Nogueira e Milton Neves: imortais da crônica esportiva




Todo final de ano, a ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) anuncia os melhores à frente do microfone e também nos bastidores das jornadas e transmissões esportivas.

No ano passado, o narrador José Silvério foi declarado imortal por ter conquistado o troféu em 10 ocasiões. Ouça aqui a emoção do veterano da voz.

No início desse mês de dezembro, agora em 2011, outros dois nomes entram para o Hall de notáveis da Associação. Pelo mesmo motivo, ter ganho 10 ou mais vezes a premiação em sua categoria, Wanderley Nogueira (repórter da Jovem Pan) e Milton Neves (apresentador da Bandeirantes) não concorrem mais ao Troféu ACEESP e têm seus nomes imortalizados.

Para eleger a sua seleção de craques da crônica esportiva de 2011, acesse o site da ACEESP.

Veja mais:
- Silvério e Milton Neves participaram do Esporte em Debate dessa segunda. Acompanhe fotos e a cobertura do evento aqui.

Peças Raras com o imortal Milton Neves:

 - Sofá Bandeirantes do dia 08 de março de 2009;

- Exame de Consciência realizado no aniversário da Rádio Bandeirantes desse ano:
Exame de Consciência #2 - Milton Neves by pecasraras




PLAYitAGAIN: uma trilha de sucesso


Tula Minassian atua há mais de 30 anos no mercado publicitário. Foi presidente da APROSOM - Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários. Em 89, criou a Play it Again, uma importante referência quando o assunto é produção sonora. Como produtor executivo, lidera campanhas de marcas como Kaiser, Sadia, Fiat, Havaianas, Nestlé, entre outras. No dial é responsável por trilhas para emissoras como CBN, Globo e Mit FM. Em 2003, ganhou o Prêmio Caboré, na categoria produtor, além de acumular outras premiações relevantes, incluindo Cannes.

No dia 1º de novembro, essa experiência foi compartilhada com alunos da Facom - Faculdade de Comunicação da FAAP. Acompanhe aqui alguns momentos do bate-papo, que pode ser considerado uma verdadeira aula prática de criação e produção de áudio.

Pra começo de conversa, Tula propôs que se apagassem todas as luzes do auditório 2 da faculdade e que todos fizessem silêncio por 30 segundos. A ideia foi introduzir o tema da palestra "O Som do Silêncio". Ficou nítida a dificuldade de se conseguir obter esse resltado, em função da agitação natural dos dias de hoje.

QUEBRANDO O SILÊNCIO, COM IMAGINAÇÃO
Tula demonstrou a força que o rádio tem ao mexer com a imaginação das pessoas. Para isso, foi apresentado um spot criado originalmente em inglês e adaptado pela Play it Again. Ouça aqui.

Em outro momento, o palestrante reforçou a necessidade de se ocupar o rádio com ideias inteligentes e que atraiam as pessoas. No entanto, fez uma crítica à limitação imposta pelo tempo padronizado entre 15 e 60 segundos, geralmente adotado nas campanhas publicitárias. Outro ponto negativo, segundo o criativo, é se dar mais valor à quantidade do que à qualidade, já que o cliente muitas vezes quer falar muita coisa e veicular diversas vezes.

IDENTIFICAÇÃO SONORA
Na sequência, houve a reprodução do ambiente do quarto dos filhos (acompanhe o áudio aqui). Tula exemplificou como é o ambiente dessa geração mais nova, multitarefa e poderia também ser representada por aquele bordão do Titãs: "tudo ao mesmo tempo agora". Isto só serviu para reforçar que a qualidade de um fonograma (peça publicitária desenvolvida para o rádio) pode fazer a marca se destacar em um cenário cheio de referências sonoras e visuais. Daí, além da qualidade e da inovação, a identificação sonora de uma marca também faz toda a diferença. Nesse momento, o público ouviu alguns exemplos atuais de marcas que dão importância às suas assinaturas. Aqui você tem acesso ao áudio desse trecho da palestra.

NA TRILHA DE KAISER BOCK
Um dos pontos altos foi a revelação de todas as etapas de criação de uma peça radiofônica, desde a encomenda até a entrega ao cliente. O case usado para ilustrar essa "trilha" criativa é o de Kaiser Bock, que você confere aqui.

"S" DE SONOPLASTIA
A plateia também teve o privilégio de acompanhar como nasce uma trilha e suas variações. Tula apresentou o áudio feito para "vender" a ideia do design sonoro desenvolvido pelo maestro Nelson Ayres nas comemorações dos 60 anos de Sadia. Ouça aqui mais essa aula de sonoplastia.


sábado, 5 de novembro de 2011

Interferência destaca e reconstitui O Pick-up do Pica Pau

O quadro Interferência do mês de novembro relembrou O Pick-up do Pica Pau. Conheça algumas passagens marcantes do programa e depois acompanhe a reconstituição de um bloco do programa de maior audiência do rádio brasileiro, depois da chegada da TV.


(se o player não estiver visível ou quiser baixar o arquivo, clique aqui)

Em 7 de março de 1972, Walter Silva retorna à emissora que o havia projetado nacionalmente com o seu Pick-up do Pica Pau. Naquela ocasião, a Folha de São Paulo comenta a importância da volta do comunicador à "mais popular emissora paulista". Veja:


Curioso para ouvir mais Interferência? Clique aqui!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Déa Silva e reminiscências sobre O Pick-up do Pica Pau

Déa Silva no ambiente em que Walter trabalhava.
A Bandeirantes foi a primeira emissora a se preocupar com o rádio de estúdio, com criatividade, na década de 50, logo após o surgimento da TV. Não era apenas “vamos ouvir” e “acabamos de ouvir”. Havia críticas, comentários, ligações telefônicas, reportagens. Era um rádio vivo, atraente, que prendia o ouvinte. Feito por gente inteligente. Sem apelações. Na época, a relação com as gravadoras era saudável, amistosa. Elas não se atreviam a impor algo. Os Disc-jóckeys tinham liberdade para elogiar ou criticar os discos perante os divulgadores.

Desse período, os dois programas de maior audiência, em todo o Brasil, foram Telefone Pedindo Bis e O Pick-up do Pica Pau .

Ouça no player entrevista exclusiva com Déa Silva e trechos raros do programa, cedidos por ela.





Em função do próximo Interferência, que vai ao ar amanhã, 05 de novembro, entre 10 e 12 h., no “Você é Curioso?”, pela Rádio Bandeirantes, conversei com Déa Silva, parceira na vida pessoal e profissional do “Disc-jóckey de São Paulo”. Confira uma edição especial em que conversamos sobre o sucesso do programa, as polêmicas nas quais o comunicador se envolvia por ser autêntico, alguns talentos descobertos por ele. Só para citar um exemplo: Elis Regina se apresentou pela primeira vez em um programa de rádio no Pick-up do Pica Pau.

Curiosidades sobre Walter Silva
e o Pick-up do Pica Pau

Um dos blusões usados por
Walter Silva, quando ganha o apelido
de Pica Pau, na TV Tupi.
O Pick-up veio com uma proposta nova. Tocando de Paul Anka e Neil Sedaka a Os Cariocas e João Gilberto. Aliás, ninguém tocava João Gilberto. Walter Silva era advertido por comunicados pela direção da rádio. Continuava tocando e acreditando. As outras emissoras ainda tocavam Ângela Maria, Nelson Gonçalves. Walter Silva não aceitava isso. Destacava poesia de Neruda. Um programa que falava com o povão com poesia de Neruda! Resultado: a maior audiência do rádio, com cerca de 1 milhão e 800 mil ouvintes por edição do programa.

Walter queria ensinar o povo a distinguir boa música, a ter bom gosto. Quando tocava sertanejo, era Tristeza do Jeca. Tocava de tudo. Uma vez, chegou para o discotecário Zé Carlos Romero e perguntou onde ficava o casulo de música francesa. Encontrou um tal de Charles Aznavour. Um cantor que havia sido lançado há 3 anos na Europa e ninguém conhecia aqui no Brasil. Estourou. Walter Silva recebeu carta de agradecimento do artista, que depois veio ao Brasil em função do episódio.

Além de tocar música, falava... chegou a receber carta de Matin Luther King pela defesa que fazia da causa dos negros, na Bandeirantes. Falava, sem papas na língua. Era difícil, briguento, encrenqueiro, criador de casos, mas era respeitado e seguido por todos os radialistas, sendo referência como DJ.

Lançou sucessos como Oh, Carol, com Neil Sedaka e Dianna, com Paul Anka; também foi responsável pelo êxito de Chega de Saudade, na voz de João Gilberto.

Abaixo, um depoimento de Déa sobre o saudoso Walter Silva.